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quarta-feira, 1 de julho de 2009

Lula fala e age como um "Deputado Mundial": Em discurso inédito, pede que Brasil e África "escrevam juntos sua história"



O ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, que sedia cúpula da União Africana na qual o presidente Lula (à dir.) discursa como convidado

da Efe, em Sirte (Líbia)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, em um discurso na cúpula da União Africana (UA), na cidade líbia de Sirte, que o futuro do Brasil está ligado ao da África e que o continente é uma das prioridades da política externa. "Há um provérbio que diz que, se não quer que os outros escrevam por você, escreva você mesmo a sua história. Brasil e África devem escrever juntos sua história e seu porvir comum."

Desde que chegou à Presidência, em janeiro de 2003, Lula fez viagens para 20 países da África e aumentou a presença diplomática brasileira naquele continente, com um total de 34 embaixadas. Seu discurso foi o primeiro de um presidente brasileiro como orador convidado em uma cúpula africana.
Sabri Elmehdwi/Efe
O ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, que sedia cúpula da União Africana na qual o presidente Lula (à dir.) discursa como convidado
O ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, que sedia cúpula da União Africana na qual o presidente Lula (à dir.) discursa como convidado

No discurso, Lula também disse que, há alguns anos, os países ricos tomavam a África e a América Latina como uma das causas de seus problemas e que, agora, são considerados parte da solução para a crise econômica. O brasileiro também defendeu que os dois lados iniciem novas normas de cooperação "sem intervenção estrangeira".

"O Brasil não veio à África para se desculpar do passado colonial. Queremos ser verdadeiros parceiros no desenvolvimento e na cooperação." O presidente lembrou que há 10 milhões de habitantes de origem árabe e africana que "enriquecem a cultura de nosso país, no qual vivemos juntos em perfeita comunhão".

O presidente ainda indicou que o Brasil está "ao lado" da África para apoiar seus esforços em prol da paz e da segurança, uma tarefa que, segundo ele, "não é fácil", pelos conflitos que há no continente, incluindo "os nascidos do período colonial".

O presidente anunciou que o Brasil quer sediar um escritório da UA em breve e está organizando uma reunião dos ministros de Agricultura africanos em território brasileiro para que os países do continente se beneficiem da experiência brasileira no setor agrícola, o tema oficial da cúpula da UA em Sirte.

Lula pediu aos chefes de Estado africanos que a declaração final da cúpula condene o golpe militar contra o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e solicitou também o apoio da África à candidatura do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016

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