Primeira-mãe: ‘A verdadeira Dilma Rousseff sou eu’
GLOBO - Dilma lhe deu muita preocupação?
DILMA JANE: Dilminha nunca me deu trabalho. Toda filha escuta a mãe. Só não escuta mais quando não precisa. As preocupações começaram quando ela foi defender o país contra a ditadura. Eu não sabia de nada. Só fiquei sabendo quando ela foi presa. Nunca falei nem pedi para ela deixar de fazer as coisas dela. Quando descobri, ela estava naquilo e presa.
GLOBO - Como foi conviver com a filha na prisão?
DILMA JANE: O primeiro mês, fiquei inteirinho em São Paulo. Mas tive que voltar para Belo Horizonte, porque tinha a minha outra filha, que era doente. Depois, durante três anos, eu viajava todo sábado de manhã para São Paulo e voltava no domingo. Eu levava mantimentos para que elas fizessem sua comida. Eu levava queijo, a Dilminha gostava muito. Também levava livros, só os que podia comprar, que eles autorizavam. Romances e livros técnicos.
GLOBO - Como era voltar e deixar a filha presa?
DILMA JANE: Voltava com o coração partido. Era como um calvário para as mães. Agora passou tudo, ficou pra trás, ela é a presidente do Brasil. Nunca pensei nisso!
GLOBO - Alguma vez viu o corpo da Dilma machucado pela tortura?
DILMA JANE: Nunca! Eu morreria se visse. Quando a reencontrei, a Dilminha tinha sido torturada por 21 dias. Mas não vão torturar a pessoa e mostrar as marcas para a mãe ver, né? Quando a gente se encontrava, não conversávamos sobre isso. Se ela falasse eu morria! A Dilma só falou sobre torturas depois. Eu procurava sempre fazer visitas alegres, contava causos da família, coisas que a divertissem, que dessem um toque diferente daquilo tudo.
GLOBO - Ficou magoada com a campanha?
DILMA JANE: Mágoa de jeito nenhum! Isso faz mal. Prefiro falar que acabou, passou. Agora vamos pensar só em coisas boas. Não têm o que fazer! Queriam ganhar com base na calúnia e difamação! Mentira não leva a nada, tanto que perderam. Quiseram botar até o Papa no meio. Não é brincadeira, não. Sobrou até para mim, disseram que eu não era católica. Falaram tanta besteira... Isso é tão simplório. Falar que a Dilminha matava criancinha? Que é isso? Falar uma asneira dessas... Parece que estamos na Idade Média. Amolaram bastante, mas agora estão calados. Não pegou.
Leia a entrevista completa na edição digital do GLOBO
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